As vítimas dos terremotos no Nepal ganharam heroínas inusitadas — monjas budistas que dominam a arte marcial de Bruce Lee.
Cientistas já sabiam desde o começo do ano que um terremoto poderia atingir o Nepal, devido ao movimento de placas tectônicas. Eles não eram os únicos. As chamadas “monjas do kung fu”, uma ordem de monjas budistas, treinam a arte marcial há sete anos para reagir de forma concentrada e ágil a esse tipo de catástrofe. Seu monastério fica perto de Katmandu, a capital nepalesa, seriamente atingida pelos abalos sísmicos recentes. A construção foi parcialmente destruída, mas elas conseguiram escapar dos escombros, recusaram-se a sair do local e ajudaram a resgatar centenas de pessoas, além de distribuir alimentos e construir tendas.
As monjas começaram a aprender kung fu em 2008 com uma professora vietnamita, para combater a discriminação de gênero no sistema budista. É que, segundo a tradição dos monastérios, as mulheres ficam com as tarefas domésticas, enquanto os homens ocupam espaços de poder (assim como em boa parte das tradições no mundo todo). Pois há 26 anos a ordem drukpa se rebelou para formar o monastério Druk da Montanha Amitabha.
Em 2008, o líder do grupo, Gyalwang Drukpa, resolveu introduzir o kung fu entre as atividades diárias de suas 300 seguidoras. A arte marcial chinesa ajuda as monjas a meditar melhor, além de prepará-las fisicamente para serviços comunitários e, claro, empoderá-las e protegê-las de ameaças. Ninguém mexe com elas por lá.
Agora as monjas usam suas habilidades para atender às vítimas dos terremotos, que deixaram 8 mil mortos e afetaram a vida de 3 milhões de pessoas. Todos os dias, elas ajudam a distribuir cobertores e alimentos aos nepaleses, que, várias semanas após os abalos sísmicos, ainda precisam de ajuda humanitária urgente.
Fonte: Site revista Galileu
http://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2015/07/kung-fu-para-monjas.html